Encruzilhadas da Tradução
Entre o sonho de traduzir o mundo e o pesadelo de não alcançar os nossos
Esta noite acordei de um sono raso para a vida real — uma vida onde nem sei se despertei de fato ou sigo em um pesadelo.
A verdade é que estou numa encruzilhada. Pensando em seguir em frente — mas aos 60 anos, tomar decisões não é tarefa simples. Dormindo ou acordado, preciso caminhar. Preciso ser assertivo.
Deus me deu um presente: retornar à universidade por meio do ENEM. Estou cursando Tradução em Inglês na Universidade Federal da Paraíba. As aulas, os colegas, os professores — tudo tem me encantado e incentivado a prosseguir.
Mas a encruzilhada continua lá, como aquelas de faroeste. E ela me faz pensar:
Por que buscar um idioma distante quando há cerca de 250 milhões de pessoas que falam português, esperando por palavras que toquem seus corações? Em nove países, essa língua ecoa.
Talvez, quando essa sensação de sono mal dormido passar, eu seja um tradutor competente — capaz de responder à pergunta que me persegue como um eco:
Tradutores, que mensagem queremos traduzir ao mundo, se ainda não falamos plenamente com os nossos?